Testamos o Zenfone 5: será o aparelho que vai desbancar o Moto G?
Já faz um ano que o Moto G chegou ao Brasil e desde então ele reina absoluto. Você não pode andar pelas ruas sem ver uma unidade na mão de alguma pessoa, um sinal de que a Motorola acertou onde todas as outras fabricantes erraram na hora de apostar em aparelhos que se destacam pelo custo-benefício.
No entanto, agora parece que finalmente há alguém para disputar este mercado, e não se trata de nenhuma Samsung, LG, Sony ou Nokia. A competição vem da Asus, tradicionalíssima no ramo de PCs, mas que engatinha no mercado de celulares no Brasil. A asiática chegou com o pé na porta com o seu Zenfone 5, que custa a partir de R$ 500, que tivemos a oportunidade de testar.
Logo ao abrir a caixa do produto, percebemos que não é mais um celular barato qualquer. Ele é muito bem construído e o plástico utilizado em sua traseira é bastante confortável ao toque. Ele possui pequenos detalhes de design que saltam aos olhos, como os círculos concêntricos na parte inferior metalizada, uma marca registrada dos produtos da Asus. Não conseguimos perceber, no entanto, se isso possui, de fato, alguma utilidade prática, mas o efeito é bonito. Os botões laterais também possuem este acabamento especial.
Consideramos o aparelho até mais bonito que o Moto G (as comparações são inevitáveis, pedimos perdão por isso), mas o gerente de produtos e marketing da Asus no Brasil, Marcel Campos, exagera um pouco em suas declarações. No evento de anúncio em que marcamos presença, ele diz que “a comparação é injusta, porque o Zenfone é como a Gisele Bündchen e o Moto G é como a Hortência”. Não é para tanto, também.
O aparelho tem seu Android bastante modificado, com alguns recursos muito interessantes, outros nem tanto. Do que foi possível testar, gostamos muito do recurso PC Link, que permite que você gerencie tudo no seu celular por meio do Windows. A tela do celular é espelhada em uma janelinha do seu computador, permitindo que você converse com seus contatos do WhatsApp, responda mensagens SMS e até mesmo jogue games que dependam do toque, caso o seu display seja sensível. É uma mão na roda e é muito melhor do que instalar o BlueStacks para precisar rodar o Android para poder acessar seus apps no computador.
No entanto, a interface muito modificada faz o aparelho perder alguns pontos em relação à simplicidade de uso, que o Android puro do Moto G faz com maestria. Além disso, o fato de o sistema ser tão alterado provavelmente vai pesar na hora de o produto receber atualizações do sistema operacional. O próprio Marcel Campos assume que os updates ainda não são garantidos. O produto sai de fábrica com o Android 4.3, mas já tem uma atualização pronta para a 4.4 (KitKat). A possibilidade de liberar o 5.0 (Lollipop) para o aparelho ainda “está sendo estudada”. Nesta área, a Motorola ainda se mantém no topo com folga: nenhuma outra fabricante solta atualizações do Android tão rapidamente e de forma tão ampla quanto ela.
A câmera é um dos pontos fortes do Zenfone 5, não tanto pelo que ela pode fazer em ambientes claros (basicamente qualquer celular faz fotos boas com condições favoráveis de luz), mas principalmente pelo que faz em ambientes escuros. Aqui, os ajustes de software foram precisos, ao ponto de superar alguns aparelhos tops de linha. Abaixo estão exemplos da copa do Olhar Digital com a porta quase fechada, luzes apagadas e nenhuma iluminação entrando pela janela. As fotos foram feitas com o celular da Asus e o novo Moto X (sim, o Moto X de segunda geração, não estamos falando do Moto G aqui) sem flash algum.
O resultado mostra uma vantagem claríssima do Zenfone. Durante a apresentação, mostraram fotos feitas com outros tops como o iPhone 6 Plus, o Galaxy S5 e o Lumia 1020, mas apenas o aparelho da Nokia, com toda a tradição de câmeras, obtém resultados comparáveis.
Sobre desempenho, não podemos reclamar dos breves testes que pudemos fazer, nenhum travamento. O processador Intel presente no dispositivo não é o mais potente do mercado, mas é bastante competente nas tarefas e entrega o que é prometido para um aparelho tão barato. No entanto, é possível que haja problemas ao usar uma arquitetura Intel, já que existe a possibilidade de que alguns aplicativos não funcionem como deveriam. Em aparelhos como o Razr I, da Motorola, essa era uma reclamação comum com alguns jogos que não eram otimizados para a plataforma diferente.
De um modo geral, o Zenfone é um competidor à altura do Moto G, chegando a ser até mesmo mais barato. Ele pode não ser o smartphone que vai desbancar o popularíssimo modelo da concorrente, principalmente porque a Asus não é uma marca forte na área de celulares e vai ter que ralar para ser reconhecida neste mercado, mas é uma boa opção para quem quer fugir da mesmice.
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